quinta-feira, 28 de junho de 2007

A Galiza foi ver!

Com 50 pessoas da nossa comunidade fomos ontem ao Teatro da Trindade em Lisboa onde pudemos assistir e vibrar com uma adaptação africana da peça de "Macbeth" de William Shakespeare. Durante o tempo do espectáculo vivemos com intensidade uma história readaptada e profundamente enraizada na cultura e na espiritualidade africana.
Foi um tempo liiiiiiindo. Um obrigado à admnistração do Teatro D. Maria I pela oferta dos bilhetes. Um obrigado e muitos parabéns ao grupo de artistas que a interpretou e apresentou.

Oração de Consagração do ATL da Galiza a Nossa Senhora

Queremos hoje e todos os dias da nossa vida
Consagrar-te a nossa casa
As nossas crianças
Os nossos jovens,
adultos e idosos,
A nossa equipa
E as nossas famílias,
Porque só contigo
E com o teu Amor
Podemos ter a Paz
Que tanto procuramos.
Queremos oferecer-te todos estes anos
De alegria, tristeza, sofrimento
Dor, Fé, esperança,
Queremos oferecer-te
Tudo aquilo que somos e temos.
Queremos oferecer-te o nosso trabalho
E o nosso esforço em sermos melhores.
Queremos pedir-te que continues
A olhar e a proteger esta casa.
Queremos pedir-te que nos dês força
Para fugir a todas tentações;
Queremos pedir-te
Que nos ajudes a aceitar
Tudo aquilo que não entendemos;
Queremos pedir-te
Que nos leves cada vez mais
Ao encontro do teu filho Jesus.

PS - Esta oração de consagração foi construída em 2004 pela equipe, no âmbito dos 20 anos de existência do ATL da Galiza. É rezada por todos os que aqui estão e que por aqui se cruzam.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Vamos dar a mão!



O Sr. Domingos Soares é um bom amigo e voluntário desta casa.
É reformado e tenta de uma forma digna e responsável gerir a sua vida com 283€ dos quais 250€ se destinam ao aluguer de um anexo algures no Estoril.
O Sr. Domingos é um fantástico jardineiro com vasta experiência nos jardins do Casino do Estoril e trabalhos ligados à Junta de Freguesia de S. Domingos de Rana.

Deixamos à sua consideração e genorosidade, a possibilidade de poder dar a mão ao Sr. Domingos através da oferta de trabalhos em jardinagem.

PS – Qualquer contacto pode ser feito para o telemóvel do mediador da Casa Grande, António Cunha, com o número 96.127.10.21

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Pequeno dicionário de vida!

"Raiva é dor transformada em ódio que nos consome por dentro.
Amor é o sentimento que mais dificuldade as pessoas tem em descrever.
O amor não se explica, mas sente-se e vive-se".

PS – reflexões da Ana Có, uma jovem do ATL da Galiza. Tem 15 anos e estuda no 10º ano.

Um grupo de treinadores

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Poema




Eu sou uma gaivota
E do alto do meu voo
Vejo as maravilhas da natureza!
Vejo o mar a brilhar
Aos últimos raios do sol.

Subo um pouco mais
E vejo flores…
Lá ao longe são dançarinas ao vento

Eu sou aventureira
Viajo sem destino
E vivo ao sabor do vento…

PS - este poema foi construido pela Dilvânia e pela Marlene, utentes do ATL da Galiza. A fotografia foi tirada pela Marlene

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Cansado da rotina!




Nota – este testemunho é verdadeiro e foi vivida pelo Eddy Cassandra, cidadão de S.Tomé e Príncipe. Depois desta aventura realizada quando ele tinha 9 anos, voltou mais tarde a Portugal, tendo frequentado em 2000 o ATL da Galiza, altura em que nos deu este testemunho. Hoje trabalha, é casado e pai de uma criança.

“Tudo começou quando eu resolvi dar um rumo à minha vida.
Estava farto da rotina…
Estava em S.Tomé em casa da minha madrasta e do meu pai a viver, e calha que nunca podia passar férias com a minha mãe.
Então decidi pedir ao meu pai para ir passar férias com ela, só que o meu pai não queria me deixar ir.
Estava um amigo dele lá em casa que pediu ao meu pai para me deixar ir, mesmo assim ele não quis.
Eu supliquei para me deixar ir, o amigo do meu pai é que disse: “deixa lá o miúdo ir à mãe” e o meu pai disse “eu deixo-te mas só que não te pago o táxi”.
Foi graças ao seu amigo que me pagou o táxi que eu fui.
O meu pai vira para mim e diz: “quando é que tu voltas?” Eu disse-lhe que vinha numa terça-feira.
Era sábado quando eu fui ter com a minha mãe.
Quando lá cheguei dei um abraço muito grande a ela. Esse abraço foi de tanta saudade que sentia por ela.
Quando eu acabei de matar tanta saudade, já era terça-feira.
Eu despedi de minha mãe e dos meus irmãos, e depois apanhei um táxi para a cidade, e calha que o taxista era meu amigo. Quando chegámos à cidade eu sai do carro e fui dar uma volta, quando dei conta já estava no aeroporto.
Fiquei lá sentado durante muito tempo, eu fiquei a lembrar o dia quando levei os meus tios ao aeroporto para eles partirem.
De tanto recordar eu acabei por ficar lá até os passageiros começarem a entrar para a sala de espera.
Eu fiquei com tanta a ansiedade e acabei por também entrar.
Tínhamos que entrar numa fila, só que eu não entrei, eu encostei na porta de entrada e tentei passar atrás da polícia que estava lá. Consegui passar.
O mais difícil já passou foi o que eu disse dentro de mim.
Estava na sala de espera me pediram os meus documentos, que eu não tinha nada comigo nem passaporte, nem BI nem cédula de nascimento.
Como eu não tinha nada comigo eu pedi à senhora para ir à casa de banho e ela me disse para eu ir lá dentro, só que ela me disse para depois voltar para mostrar os meus documentos.
Eu fui e já não voltei para lhe mostrar os papéis.
Fui à casa de banho e acabei por ficar lá dentro à espera que chamassem os passageiros.
Quando chamaram eu segui um homem que trazia duas crianças com ele.
Consegui entrar no avião e também ocupei um lugar de uma pessoa.
Quando cá cheguei, a Portugal, estava no Inverno, calha que eu estava só de t-shirt e um calção e também com uns ténis. Fui logo apanhado.
O meu pai quando recebeu o fax a dizer que eu estava em Portugal não acreditou e acabou por desmaiar, deram-lhe um copo de água com açúcar, ele voltou a ler o fax. Levou o papel para mostrar à minha madrasta. Ela quando viu o fax acabou por ficar paralisada.
A minha mãe quando soube que eu não estava com o meu pai, acabou por fazer um escândalo com ele.
E eu cá em Portugal a gozar a minha vida…e acabei por ficar cá oito dias.
Quando eu fui embora levei dois jornalistas e também dois guarda-costas.
Eu vim sem nada e fui com imensas coisas que me deram: roupa, computador, bicicleta, televisão e até viagens de borla.
Quando cheguei lá em S. Tomé acabei por ficar espantado, tinha tanta gente que me queria ver, tantos jornalistas, eu acabei por ficar muito comovido só por causa de tantos elogios que me fizeram.
O meu pai estava quase a chorar, a minha mãe chorou muito e eu fiquei muito feliz por ter uma fama como essa.
É uma história que eu nunca irei esquecer durante a minha vida inteira!”

domingo, 3 de junho de 2007

ATL da Galiza na TV

No programa "Nós" de hoje, o projecto do ATL da Galiza foi apresentado como um exemplo de trabalho na comunidade. Foi às 10h da manhã na RTP

NÓS

O tema da imigração na óptica de acolhimento e integração das comunidades que escolheram Portugal como país de acolhimento


O nosso objectivo continua a ser estar cada vez mais próximo, das comunidades que escolheram Portugal como país de acolhimento, das varias religiões e projectos de inserção social.
Pretendemos ser a sua voz. Através de histórias de vida, diferentes culturas, ideias e gastronomia, mostramos ao público em geral o quanto é importante e enriquecedor a multiculturalidade que existe no nosso país.

A política de integração dos imigrantes em Portugal, a nova lei da nacionalidade e a presidência portuguesa da União Europeia que terá início em Julho deste ano, são os temas da nossa entrevista. Para nos falar acerca destes importantes aspectos, temos em estúdio Pedro Silva Pereira Ministro da Presidência.
A semana da diversidade cultural promovida pelo ACIME, teve inicio dia 21 e terminou no dia 27 de Maio. Foram sete dias, de várias iniciativas promovidas em parceria com outras instituições, que tiveram como objectivo celebrar a importância da diversidade na sociedade.
Há mais de 20 anos que se formou o ATL da Galiza, com o objectivo de ocupar o tempo livre das crianças, jovens e até adultos do Bairro do Fim do Mundo. Esta importante associação ligada à Santa Casa da Misericórdia de Cascais, tem visto o seu trabalho aumentando nos últimos anos. Conheça a quantidade de actividades que por aqui existem e, quem sabe, não fica curioso e um dia vai até lá.
A pensar no dia 1 de Junho, dia Mundial da Criança, decidimos convidar uns chefes especiais... Reunimos diversas nacionalidades na mesma cozinha e o resultado é uma receita no mínimo original.
Estas e muitas outras histórias, fazem do nosso programa uma imensa viagem de sessenta minutos à volta da Mundo.

(Texto retirado do site do programa "Nós" aos domingos de manhã após o 70*7 na RTP 2)

sexta-feira, 1 de junho de 2007

A família cigana!


A comunidade cigana valoriza a família e como diz um deles “a família tem que ser constituída por pai e mãe. O casal tem que saber ganhar a vida para dar condições aos seus filhos. Eles são o nosso primeiro amor, eles são tudo para nós. Eu escrevi uma canção onde digo que os meus filhos são a razão da minha vida, do meu viver”.
É curioso o quanto este amor determina por exemplo o período de amamentação dos bebés.
Uma mulher cigana deve amamentar o seu filho e só se tira o peito a uma criança quando esta não quiser mais. O marido fica muito ofendido se a mulher disser que vai tirar o peito ao filho, o miúdo é que decide.
Relativamente aos casamentos e à polémica que eles levantam especialmente porque antigamente se casavam noivos ainda adolescentes, o Zé Luís defende que “quando casamos um filho sabemos sempre para onde é que ele vai. Conhecemos muito bem a outra família e os noivos não são obrigados. Por uma questão cultural e familiar penso que estamos preparados para casar mais cedo que os ”pajos” *.
O casamento pela lei cigana tem muito valor e é válido; para eles é sagrado e é lhes indiferente por exemplo que no bilhete de identidade venha o estado civil de solteiro.
O casamento misto não é bem visto especialmente se for a rapariga cigana a escolher um companheiro “de fora” da sua raça.
Diz-se que os ciganos têm muitos segredos, os quais não são passados para fora da comunidade mas segundo alguns dos nossos conhecidos isso não corresponde à verdade, é mais imaginação e criatividade dos “pajos”. A verdade é que a comunidade cigana utiliza o calão para não serem entendida pelos outros, portanto não é uma questão de segredos mas “uma questão de língua secreta”.

* “pajo” - individuo da raça não cigana

"Deus criou o povo cigano"


Diz-se que “Deus ao criar o primeiro homem, agarrou num pedaço de barro, moldou-o, criando uma figura humana e pô-lo no forno. O boneco cozeu tempo demais e quando Deus o tirou, estava criado o primeiro homem negro.
De seguida Deus voltou a moldar uma figura e pô-la no forno deixando-a pouco tempo, quando a retirou, ela estava muito pálida; estava criado o primeiro homem branco.
Por fim Deus moldou um boneco, colocou-o no forno com o tempo exacto, e dele saiu uma figura nem demasiado escura nem demasiado branca, com uma cor trigueira muito bonita. Nasceu o primeiro homem cigano e Deus ficou muito feliz.”

Adaptação livre de uma história popular cigana.

Vam’lá falar em crioulo!


Quiorá utá pra casa? – A que horas vais para casa?
Goçali – Agora

Intabá pá escola? – Vais para a escola?
Mita bai pá escola – eu vou para a escola.

Comidé sábi – a comida é boa.

Mi gosto dibó – eu gosto de ti

Bôtene saudadi dibuterra? – Tens saudades da tua terra?
Intene saudadi de nhá terra – eu tenho saudades da minha terra


Estas foram algumas das frases que nos foram ensinadas pelo Tino, pelo Zé e pela Mariazinha no ATL da Galiza em 1989.