sexta-feira, 20 de abril de 2007

O orgulho de ser cigano

Segundo dizem os mais antigos, nomeadamente a D. Maria José Duro, moradora na Galiza há mais de 50 anos, o Sr. Domingos e a sua mulher D.Antónia foram os primeiros representantes da comunidade cigana a fixarem-se no bairro. Nos terrenos actuais do Fim do Mundo existia uma quinta vedada com muros de pedras, propriedade da viúva Leal, e foi ali encostada às pedras que aquele casal montou a sua tenda de pano. Com eles estavam os filhos, um deles hoje ainda vivo e a morar no actual bairro, o Sr. Cascavelho.
Nessa altura as mulheres desciam o morro, terreno agreste, cheio de “carrascos” e pedras, para irem à venda. Vendiam elásticos, botões, linhas e nastros e quando voltavam da venda carregavam os cestos com as mercearias já adquiridas. Deste esforço diário veio o nome do bairro e segundo os antigos tudo se deveu à distância que eles tinham de percorrer para voltar a casa: ”Ai filhoooo! Que nunca mais chego lá cima! Isto parece mesmo o fim do mundo!”.
Mais tarde, os primeiros rapazes de então, como o Sr. Cascavelho, começaram a ir trabalhar como caddy’s no golfe do Estoril. Ele lembra-se bem desse tempo e da exigência do próprio pai para que se apresentasse no campo sempre impecavelmente arranjado e de cabelo cortado. Foi no golfe que aprendeu a falar inglês para poder trabalhar com os “camones” e onde conheceu e fez amizade com pessoas tão importantes como o conde de Barcelona.
Muitos Senhores só queriam jogar desde que o caddy fosse sempre um de nós! Ficou muito conhecida a especial aptidão que os homens ciganos tinham para jogar golfe e um deles, o Andaluz, chegou a ser convidado para ir jogar como profissional para Espanha..."

1 comentário:

Ana Pinto Leite disse...

"É que, como num só corpo, temos muitos membros, mas os membros não têm todos a mesma função, assim acontece connosco: os muitos que somos formamos um só corpo em Cristo, mas, individualmente, somos membros que pertencem uns aos outros.Temos dons que, consoante a graça que nos foi dada, são diferentes"
da Carta de S. Paulo ao Romanos

Obrigada pelo testemunho. Continuem... nós precisamos disso!!!

Aninhas